Testes & Correções #1

 




No avanço do meu PMAD, chego agora à fase de testes e correções das peças que compõem a instalação, sendo: cartazes, vídeos, Instagram e o vídeo-trailer final.

Desde na parte da prototipagem, me interessava em criar uma estética que parecesse instável, que remetesse a algo entre o erro digital e a memória falha. Para a confecção dos cartazes que irão compor a intalação, escolhi trabalhar com o efeito de halftone — aquele padrão de pontos usado na impressão offset — por causa da sua capacidade de simular degradação visual sem abandonar completamente a figura humana. A imagem da pessoa ainda é reconhecível, mas há algo nela que já se dissolve. Creio que isso carrega um simbolismo forte, que evidencia a tensão entre a presença e o apagamento, entre a luta individual e o sistema que tenta diluí-la.



A tipografia com aparência quebrada e o nome em destaque reforçam essa ideia. Foi uma decisão consciente dar um peso visual ao nome — como se dissesse “ela está aqui, ela tem nome” — mesmo dentro de um universo gráfico que sugere desintegração. Penso que isso dialoga diretamente com a proposta maior do projeto, que é tornar visíveis essas identidades marcadas pela migração, pelo esquecimento institucional e pela resistência.

Durante o desenvolvimento da peça, testei várias composições. Algumas versões anteriores estavam saturadas de ruído visual ou tinham QR Codes mal posicionados, o que prejudicava a leitura e dificultava a interação com a camada digital no Instagram. Corrigi isso buscando mais equilíbrio entre o impacto estético e a funcionalidade. Queria que o cartaz convidasse o público a se aproximar visualmente e simbolicamente, mas que também funcionasse como um ponto de entrada para o universo expandido do projeto.

No fim das contas, o cartaz me ajudou a entender melhor como pequenas decisões gráficas reverberam conceitualmente.

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