Conceptualização #3

Neste meu processo de conceptualização do artefato, ainda tenho sido tomado por algumas referencias mediáticas, as quais tem me ajudado a dar sustentação ao projeto o qual pretendo desenvolver. Para isso, tenho revisitado alguns filmes para me ajudar a enquadrar alguns conceitos artístico e estéticos que busco incorporar nas peças que irei desenvolver.

Um dos exemplos mais notáveis vem do filme Eterno Brilho de uma Mente Sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind), de 2004, dirigido por Michel Gondry. Na trama, os personagens tentam apagar da memória um relacionamento doloroso por meio de um processo tecnológico que remove as lembranças de suas mentes. O ato de "esquecer", embora pareça uma forma de cura, acaba evidenciando o impacto emocional profundo de se perder uma parte de sua própria história. 

Aqui, penso que o conceito de Oblivium se conecta diretamente a essa ideia de "esquecimento forçado", onde as memórias não são apenas apagadas, mas são reformuladas e reconfiguradas, o que cria uma lacuna no entendimento de quem somos e o que vivemos. E, principalmente, como a falta desse entendimento pode ser problemática.

A ideia de perda de memória também é frequentemente associada à esquizofrenia e à paranoia. Da minha lista de filmes destaco Memento (2000), de Christopher Nolan, que trata de uma condição em que a memória é constantemente fragmentada, com o protagonista lutando para lembrar seu passado enquanto tenta descobrir a verdade sobre sua própria vida. A paranoia que surge dessa condição reflete muito a desintegração da identidade que se torna central no conceito de Oblivium. A memória se torna algo fluido, volúvel, e impossível de se ancorar, o que gera uma sensação de desorientação, de perda de si mesmo.

São muitas as referencias que tenho buscado para me auxiliar na conceptualização estética do artefato.