A obra de arte que proponho é uma forma de resistir à lógica hegemônica das redes sociais, que muitas vezes marginaliza vozes e distorce a realidade, promovendo discursos de ódio e divisões. Ao abordar essas questões de forma reflexiva e artística, o artefato não busca apenas expor os problemas, mas também provocar um engajamento mais consciente e crítico do espectador. Quero que quem interaja com a obra se sinta desafiado a questionar suas próprias ações, a refletir sobre como a construção dos discursos que circulam nas redes marginalizam a memória coletiva dos imigrantes, reduzindo suas experiências, suas vivências, identidades, estereótipos e simplificações.
O artefato busca desconstruir essa visão unilateral, propondo uma narrativa que recupere a complexidade e a multiplicidade de histórias que muitas vezes ficam silenciadas nas interações digitais. Ao fazer isso, quero que o espectador se depare com uma experiência que não apenas o toque emocionalmente, mas que também o incentive a questionar sua própria participação nesse processo de marginalização. O objetivo não é somente denunciar, mas também engajar de forma profunda, levando o público a refletir sobre como contribui, consciente ou inconscientemente, para a perpetuação de narrativas que reduzem a humanidade e a pluralidade de vozes em um espaço tão dinâmico e amplo como o digital.
A proposta do artefato é que ele não seja apenas uma crítica à fragmentação da memória e à violência digital, mas uma experiência que provoque uma ação reflexiva no espectador, permitindo que o espectador entre em contato com distintas narrativas e dimensões da experiência humana. O propósito do artefato consiste, portanto, em provocar uma reflexão sobre a capacidade das redes de silenciar, distorcer e até a memória coletiva, e sobre como a arte pode, através de sua linguagem disruptiva, inverter essa lógica, tornando visíveis essas histórias que estão à margem da sociedade, dos grupos opressores.

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