Gatilho #2

 



A partir das inspirações apresentadas anteriormente, existem elementos que quero incorporar e trabalhar na concepção do artefato que são aspectos psicologizantes que podem me auxiliar nesta intervenção e, recorrendo à videoarte, penso que conseguirei desenvolver bem esses elementos para simbolizar esse silenciamento, o apagamento e a perda de identidade. 

Com isso, ao incorporar esses aspectos psicologizantes na concepção do artefato, busco criar uma camada emocional que vá além da simples representação dos efeitos das redes sociais e na crescente dos estímulos de ódio e seus efeitos nefastos na imigração brasileira. A banalização, a redução das complexas realidades humanas a estereótipos e frases de efeito, e a desumanização do outro, tudo isso está impregnado na dinâmica das redes sociais. No entanto, ao mesmo tempo, é preciso reconhecer que, nesse ambiente, a própria arte pode se tornar um instrumento de resistência, uma forma de subverter a lógica da circulação de conteúdo e reinserir o pensamento crítico e reflexivo no meio da superficialidade reinante.

A minha proposta com esse artefato digital é justamente provocar um paradoxo: criar uma obra que remeta à linguagem das redes sociais, mas que, ao mesmo tempo, subverta seu sentido. O uso de memes e de estereótipos populares, por exemplo, pode parecer, à primeira vista, uma reprodução da mesma lógica que sustenta o discurso de ódio online, mas é exatamente essa lógica que desejo questionar. Ao colocar essas mesmas imagens e símbolos em contextos inesperados, desconstruindo-os e oferecendo uma interpretação mais profunda, pretendo gerar um embate entre a forma e o conteúdo. A ideia é que o público seja levado a refletir sobre o que está sendo comunicado e como a linguagem digital pode ser usada para manipular emoções e opiniões.



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