A conceptualização do artefato que estou desenvolvendo para o projeto Oblivium parte de uma aproximação estética do campo da videoarte com as ideias psicológicas de fragmentação, ruptura e desintegração. Agora com as ideias tomando forma, penso que a instalação deve caminhar num sentido em que possa explorar a memória dos imigrantes brasileiros num processo relacional com os estados mentais de paranoia e esquizofrenia, nos quais a percepção de realidade se torna distorcida, a memória coletiva se fragmenta, assim como a identidade.
Parte dessas minhas divagações emergiu na disciplina de Videoarte, na concepção do projeto final para a disciplina. Na produção de um vídeo final para a disciplina, no qual deveríamos usar a nossa própria imagem, começo a pensar no conceito de Oblivium (que ainda não tinha esse nome).
Na videoarte, o movimento e a imagem em transformação constante são elementos centrais para expressar essa ideia de fragmentação e ruptura. A escolha de trabalhar com imagens desconstruídas, que se sobrepõem e se distorcem, reflete diretamente a desintegração da memória e da identidade. A videoarte, com sua capacidade de manipulação visual, oferece uma plataforma perfeita para explorar como a percepção e a memória podem ser quebradas em pedaços, rearranjadas e distorcidas. A ideia de mostrar imagens que estão em processo de desintegração ou reconstrução em tempo real serve para ilustrar o estado contínuo de mutação e deslocamento que caracteriza os imigrantes, cujas memórias e identidades são constantemente desafiadas pela marginalização e pelo esquecimento imposto.
Trabalhando com a montagem do vídeo, percebi que poderia recorrer a alguns elementos que poderiam me ajudar neste processo de concepção dessa atmosfera psicológica, como a paranoia e a esquizofrenia, como o efeito pixelado, a desintegração gradual da imagem, o uso de imagens fragmentadas que surgem e desaparecem rapidamente, e a sobreposição de camadas de vídeo.
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